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Marli Dumas

Marli Dumas é uma jovem com cabelos longos, ruivos, olhos verdes e uma pele branca como jasmim. Ela tem uma cicatriz no olho esquerdo, que ganhou quando era criança. Muitos pensariam que isso a marcava de uma forma negativa, mas, Marli tem orgulho nessa marca porque é um símbolo da sua resistência às adversidades e da forma como as conseguiu superar. Aliás, muitos jovens rapazes lhe dizem que essa característica lhe dá um charme muito especial. Ela tem uma figura esbelta e voluptuosa. A sua aparência é diferente das raparigas típicas porque ela veste-se com roupas práticas e militares, não se interessando por vestidos ou quaisquer outros adereços normalmente ligados ao mundo feminino.

Nasceu em 1467, numa pequena aldeia chamada Palenc, no reino de Damara. A sua terra situa-se no sopé das montanhas Galena. Os seus habitantes são todos muito pobres e humildes, ajudam-se uns aos outros na sua sobrevivência. Marli vivia com os seus pais, Léa e Ethan, e o seu irmão mais velho, Enzo. Ela quando era muito jovem ficava muito tempo sozinha em casa porque os seus pais e Enzo eram camponeses, trabalhavam nos campos. O seu irmão foi muito importante para Marli, pois ensinou-lhe como sobreviver aos momentos mais difíceis. Disse-lhe que poderia desenhar uma porta na parede e que se a abrisse, Enzo apareceria para a auxiliar. Mas, Marli só a poderia abrir uma única vez na vida. Assim, quando estava sozinha e assustada tinha vontade de abrir a porta, porém nunca o fez. Pensava para si mesma, eu aguento isto, vou esperar um próximo dia, em que venha a sentir ainda mais medo. Com este método, ela consegue sempre superar os seus medos, fazendo com que seja sempre muito corajosa e valente.

Aos sete anos, uma terrível tragédia ocorreu na sua ainda breve vida. Enquanto os seus pais e irmão estavam longe no seu árduo trabalho de agricultura, Marli e as outras crianças e velhos estavam ocupados em tarefas domésticas mais leves na sua aldeia, ouviu ao longe urros e estrondos assustadores a aproximar-se. Ela estava junto da sua casa a tomar conta de um grupo de cabritos. Ouviu gritos de medo, coisas a partir. Ao virar da esquina, uma sombra enorme negra surgiu-lhe à frente, contra a luz forte do dia. Ainda hoje não reconhece que ser monstruoso era aquele. De repente, um saco enorme caiu-lhe em cima e foi atirada lá para dentro. A partir daí, foi a escuridão total e apenas ouvia o som dos choros e gemidos das outras crianças. Ela não chorou, nem gemeu, nem tentou abrir a porta que Enzo lhe falara. Mas, agarrou com força o pequeno osso que tinha pendurado ao pescoço, um amuleto do deus protetor da sua família, Ilmater, o deus torturado.

Quando voltou a ver a luz do dia, estava num pátio junto com muitas crianças, algumas já conhecia da sua aldeia, outras nunca antes as tinha visto. Estava num rochedo minúsculo com uma torre enorme no seu topo, ainda em construção, rodeado de um horizonte de águas imensas, que pertenciam ao grandioso Sea of Fallen Stars. A tomar conta das crianças estava um grupo de velhos, mal vestidos, escanzelados e com um ar miserável. Um deles tinha o olhar mais triste que alguma vez tinha visto. Era um escravo, chama-se Xen Fung e estava neste local desde sempre. Revelou, mais tarde, ter o coração mais doce que, até hoje, Marli encontrou.

Percebeu, com ajuda de Xen Fung, que estava escravizada e a ser abusada por um terrível ser demoníaco. Este monstro estava a construir uma torre mágica, para absorver energia para poder produzir poderes terríveis. Utilizava crianças de todas as raças e nacionalidades, que roubara dos confins de Faêrun, para a construção desta esguia torre e para os trabalhos arcanos minuciosos, que requeriam pequenas e pacientes mãos. Mas, o mais assustador era que todas as noites, enquanto os meninos dormiam e sonhavam inocentemente, sentiam uma força cruel a sugar-lhes a sua energia psíquica. O velho Xen Fung sussurrava a Marli que o demónio Rawaarght roubava a energia pura da imaginação infantil para uma finalidade maldita, que ninguém conhecia realmente. Nunca uma criança viu esse monstro, apenas ouviam a sua voz aterradora a dar ordens do cimo da torre e uns olhos maléficos vermelhos que surgiam na mente de todos eles.

Um dia, viu a sua melhor amiga Chantalle, uma elf, a ser arrastada pelos velhos servos do demónio para as escadas da torre. Ela não conseguia trabalhar mais, por estar gravemente doente. Marli ficou possuída por uma revolta imensa. Já se tinha apercebido que as crianças mais velhas e as doentes desapareciam misteriosamente nessas escadas, para nunca mais regressarem. Pegou em duas pedras, uma em cada mão, e correu na direção da sua querida amiga. Subiu as escuras escadas e quando viu os servos que seguravam Chantalle começou a esmurrá-los violentamente com as pedras. Estes assustados chamaram Rawaarght. Um estrondo ouviu-se de cima e uma lâmina vermelha mágica apareceu à sua frente, esta caiu-lhe na face e cortou-a dolorosamente junto ao olho esquerdo. Marli caiu no chão inconsciente. Acordou no pátio ensanguentada e nunca mais voltou a ver Chantalle, A marca ficou para sempre e ela ostenta-a com orgulho. Não desistiu de viver e continuou a resistir. Voltou a não abrir a porta do seu irmão. Agarrou com força, uma vez mais, o seu amuleto de osso.

Passados três anos de sofrimento e dor, Xu Feng, Marli e o grupo de crianças que ele estava a cuidar, elaboraram uma saída deste pesadelo. Era quase impossível, mas todos pensavam que valia a pena tentar. Xu Feng disse que iria arranjar uma jangada para fugirem numa próxima noite e que iria saber distrair o demónio. Na noite da fuga, quando Marli e os companheiros chegaram ao local à beira mar, viram uma aura brilhante alongada de luz branca a flutuar uns centímetros acima da água, tinha a forma de um caixão. E, nesse momento, ouviram a voz doce de Xu Feng: " - Meus filhos, realizei um ritual divino, uma aparição angelical ajudou-me, conseguimos criar esta barca que vos pode tirar deste inferno, vão rápido, pois a nossa energia está rapidamente a esgotar-se... vão sem medo... eu estou bem, nunca estive tão feliz em toda a minha miserável vida!" As crianças entraram na caixa e enroscaram-se todas juntas. Sentiram um abanão e um movimento veloz, algumas horas depois estavam caídas numa praia junto de Lyrabar, capital de Impiltur.

Um pescador encontrou-as e levou-as para sua casa, mas como não poderia sustentá-las durante muito tempo, acabou por deixar as crianças à guarda no Mosteiro do Golden Lamb, construído em honra do deus Ilmater, na cidade de Lyrabar

Os monges cuidaram das crianças e rapidamente perceberam que Marli era especial, o seu lugar não era num Mosteiro, mas sim, num campo de batalha. Ela mostrou capacidades extraordinárias para a luta e uma coragem exemplar. O Irmão Albane, o abade do Mosteiro, encaminhou Marli para a Academia de Taegan Nightwind, também em Lyrabar. Falou com o capitão Makuvi, um guerreiro de grande reputação e que está a gerir os treinos dos guerreiros aprendizes, no sentido de aceitar Marli como sua aluna.

Passados sete anos de intenso treino e de muitas peripécias, Marli conheceu Guillaume de Valléeplume, um paladino que treinava no templo de Sune, vizinho da Academia. Ele era filho de um Barão de um domínio próximo da sua aldeia Palenc. Depois de algumas conversas, Guillaume convidou-a para acompanhá-lo na sua viagem de regresso a Valléeplume. Há muito tempo que Marli desejava saber noticias da sua aldeia, dos seus pais e do seu irmão. Mas como era muito difícil fazer uma viagem tão longa e dispendiosa, ainda não tinha conseguido realizá-la. Agora, não podia deixar de aproveitar esta oportunidade de seguir viagem com este nobre paladino.

Quando chegou a Valléeplume hospedou-se na estalagem The Empty Mug e foi procurar saber informações sobre Palenc. Descobriu que a sua tia Muriel era cozinheira numa estalagem perto e que a sua aldeia estava completamente destruída e que todos os seus habitantes desapareceram. Ou terão sidos raptados, como Marli, ou foram todos tragicamente mortos, ou, espera Marli, que pelo menos alguns tenham ainda conseguido fugir de um terrível fim. Especialmente os seus queridos familiares.

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